Revista Internacional de Psicoterapia Corporal
Vol. 18, edição 1., 22 março, 2019
C.Sue Carter
Como uma espécie senciente, os humanos estão no limiar de novas percepções sobre as origens da magnífica obsessão que chamamos de "amor". Já está bem estabelecido que relacionamentos saudáveis podem proteger contra doenças e restaurar o corpo em face da doença. Sem relacionamentos positivos, especialmente no início da vida, os humanos deixam de florescer, mesmo que todas as suas necessidades biológicas básicas sejam atendidas. “Amor perdido” é uma das formas mais poderosas de estresse e trauma. No entanto, os mecanismos pelos quais o amor protege e cura só agora estão se tornando aparentes. O amor é mais facilmente compreendido pelas lentes de nosso passado evolutivo e à luz de nossa fisiologia contemporânea. No epicentro dessa história está um hormônio mamífero, a oxitocina, e uma molécula ainda mais antiga, conhecida como vasopressina. Esses blocos de construção bioquímicos do amor não são exclusivos dos humanos e são compartilhados com outras espécies altamente sociais. Por meio do estudo do comportamento social em outros mamíferos, estamos aprendendo também que a mesma fisiologia que está por trás do poder curativo do amor reduz a inflamação, regula o sistema nervoso autônomo, o sistema imunológico e até regula o microbioma. Além disso, o sistema oxitocina-vasopressina é regulado pela experiência ao longo da vida, ajudando a explicar as consequências físicas duradouras do amor e da adversidade. Ao examinar a biologia dos laços sociais e da paternidade, estamos descobrindo caminhos que permitem aos humanos experimentar e incorporar o amor. Palavras-chave: oxitocina, amor, monogamia, criação